quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Primeiro, não queremos perder...




PRIMEIRO, NÃO QUEREMOS PERDER
É lógico não querer perder. 
Não deveríamos ter de perder nada: 
nem saúde, nem afetos, nem pessoas amadas. 
Mas a realidade é outra: 
experimentamos uma constante alternância de ganhos e perdas. 

Segundo: 
perder dói mesmo. 
Não há como não sofrer. 
É tolice dizer não sofra, não chore. 
A dor é importante. 
O luto também. 

Terceiro: 
precisamos de recursos internos para enfrentar a tragédia e a dor. 
A força decisiva terá que vir de nós, de onde foi depositada a nossa bagagem. 
Lidar com a perda vai depender do que encontrarmos ali. 

A tragédia faz emergir forças inimagináveis em algumas pessoas. 
Por mais devorador que seja, o mesmo sofrimento que derruba faz voltar a crescer. 

Quando é hora de sofrer não temos de pedir licença para sentir, e esgotar, a dor. 
O luto é necessário, ou a dor ficará soterrada, seu fogo queimando nossas ultimas reservas de vitalidade e fechando todas as saídas. 

Aprendi que a melhor homenagem que posso fazer a quem se foi é viver como ele gostaria que eu vivesse: 
bem, integralmente, saudavelmente, com alegrias possíveis e projetos até impossíveis.
Texto:  Escritora lya luft


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