sábado, 3 de dezembro de 2011

A Espada mágica



Existe uma história muito, muito antiga, do tempo dos cavaleiros em brilhantes armaduras, sobre um jovem comum que estava com muito medo de testar sua habilidade com as armas, no torneio local.

Certo dia, seus amigos quiseram pregar-lhe uma peça e lhe deram de presente uma espada, dizendo que tinha um poder mágico muito antigo.

O homem que a empunhasse jamais seria derrotado em combate.

Para surpresa deles, o jovem correu para o torneio e pôs em uso o presente, ganhando todos os embates. 
Ninguém jamais vira tanta velocidade e ousadia na espada.

A cada torneio, a notícia de sua maestria se espalhava, e não tardou a ser ovacionado como o primeiro cavaleiro do reino. 
Por fim, achando que não faria mal nenhum, um dos seus amigos revelou a brincadeira, confessando que o instrumento não tinha nada de mágico, era só uma espada comum.

Imediatamente o jovem cavaleiro foi dominado pelo terror. 
De pé na extremidade da área de combate, as pernas tremeram, a respiração ficou presa na garganta e os dedos perderam a força.

Incapaz de continuar acreditando na espada, ele já não acreditava mais em si mesmo.

E nunca mais competiu.
Retirada do Livro das Virtudes II


A Esposa Perfeita



  
Eram noivos e se preparavam para o casamento, quando o pai da noiva descobriu que o rapaz era dado ao jogo decidiu se opor à realização do matrimônio, a pretexto de que o homem que se dá ao vício do jogo, jamais seria um bom marido.

Contudo, a jovem obstinada decidiu se casar, assim mesmo. E conseguiu, fazendo valer a sua vontade, vencendo a resistência do pai.

Nos primeiros dias de vida conjugal, o rapaz se portou como um marido ideal. Entretanto, com o passar dos dias, sentia crescer em si cada vez mais o desejo de voltar à mesa de jogo.

Certa noite, incapaz de resistir, retornou ao convívio de seus antigos companheiros. Em casa, a jovem tomou um bordado e ficou aguardando. Embora ocupada com o trabalho manual, tinha os olhos presos ao relógio. As horas pareciam passar cada vez mais lentas. Já era alta madrugada, quando o marido chegou.

Nem disfarçou a sua irritação, por surpreender a companheira ainda acordada. Logo imaginou que ela o esperava para censurar a sua conduta. Quando ele a interrogou sobre o que fazia àquela hora ela, com ternura e bondade na voz, disse que estava tão envolvida com seu bordado, que nem se dera conta da hora avançada. Sem dar maior importância à ocorrência, ela se foi deitar.

No dia seguinte, quando ele retornou ainda mais tarde da casa de jogos, a encontrou outra vez a esperá-lo.
- Outra vez acordada?, perguntou ele quase colérico.

- Não quis que fosse se deitar, sem que antes fizesse um lanche. Preparei torradas, chá quentinho. Espero que você goste.

E, sem perguntar ao marido onde estivera e o que fizera até aquela hora, a esposa o beijou carinhosamente e se recolheu ao leito.

Na terceira noite, ela o esperou com um bolo delicioso, cuja receita lhe fora ensinada pela vizinha. Antes mesmo que o marido dissesse qualquer coisa, ela se prendeu ao pescoço dele, abraçou-o e pediu que provasse da nova delícia.

E assim, todas as madrugadas, a ocorrência se repetiu.

O marido começou a se preocupar na mesa de jogo, tinha o pensamento menos preso às cartas do que à esposa, que o esperava, pacientemente, como um anjo da paz.

Começou a experimentar uma sensação de vergonha, ao mesmo tempo de indiferença e quase repulsa por tudo quanto o rodeava. O que ele tinha em casa era uma mulher que o esperava, toda madrugada, para o abraçar, dar carinho, uma mulher que o amava e ele, ali, naquele lugar? Aos poucos, foi se tornando mais forte aquele incômodo.

Finalmente, um dia, de olhar vago e distante, como se tivesse diante de si outro cenário, o rapaz se levantou de repente da mesa de jogo. Como se cedesse a um impulso quase automático, retirou-se, para nunca mais voltar.


Nos dias de hoje, é bem comum os casais optarem por se separar, até por motivos quase ingênuos. Poucas criaturas decidem lutar para harmonizar as diferenças, superar os problemas, em nome do amor, a fim de que a relação matrimonial se solidifique. Contudo, quando o amor se expressa, todo o panorama se modifica.


A essência do perdão

   
Um dos soldados de Napoleão cometeu um crime (a história não conta qual) e foi condenado à morte. 

Na véspera do fuzilamento, a mãe do soldado foi implorar para que a vida de seu filho fosse poupada.
- Minha senhora, o que seu filho fez não merece clemência.
- Eu sei – disse a mãe. Se merecesse, não seria verdadeiramente um perdão. Perdoar é a capacidade de ir além da vingança ou da justiça.
Ao ouvir estas palavras, Napoleão comutou a pena de morte em exílio. 


(Paulo Coelho)




A estória do bambu chinês



 
Depois de plantada a semente deste incrível arbusto, não se vê nada por aproximadamente cinco anos, exceto um lento desabrochar de um diminuto broto a partir do bulbo.

Durante cinco anos, todo o crescimento é subterrâneo, invisível a olho nu, mas... uma maciça e fibrosa estrutura de raiz que se estende vertical e horizontalmente pela terra está sendo construída. Então, no final do 5º ano, o bambu chinês cresce até atingir a altura de 25 metros.

Um escritor de nome Covey escreveu:
"Muitas coisas na vida pessoal e profissional são iguais ao bambu chinês. Você trabalha, investe tempo, esforço, faz tudo o que pode para nutrir seu crescimento, e às vezes não vê nada por semanas, meses ou anos. Mas se tiver paciência para continuar trabalhando, persistindo e nutrindo, o seu quinto ano chegará, e com ele virão um crescimento e mudanças que você jamais esperava..."

O bambu chinês nos ensina que não devemos facilmente desistir de nossos projetos e de nossos sonhos... Em nosso trabalho especialmente, que é um projeto fabuloso que envolve mudanças de comportamento, de pensamento, de cultura e de sensibilização,devemos sempre lembrar do bambu chinês para não desistirmos facilmente diante das dificuldades que surgirão.

Procure cultivar sempre dois bons hábitos em sua vida: a Persistência e a Paciência, pois você merece alcançar todos os seus sonhos.

"É preciso muita fibra para chegar às alturas e, ao mesmo tempo, 
muita flexibilidade para se curvar ao chão”.



A Estrela








Estava Deus, a caminhar, sossegadamente, pelo universo...
Contemplava sua criação, e, aproveitando o passeio, verificava se tudo estava correndo bem. Em certo ponto de sua caminhada,
deparou-se com uma de suas estrelas, num choro compulsivo... Com certa tristeza, aproximou-se e perguntou docemente:
-- Por que choras, minha filha?
A pobre estrela, aos prantos, mal conseguia falar:
-- Sabe, meu Pai... Estou triste... Não consigo achar uma razão para a minha existência... O sol, com toda a sua magnitude, fornece calor, luz e energia às pessoas... As estrelas cadentes, incentivam paixões e sonhos... Os cometas, geram dúvidas e mistérios... E eu, aqui... parada...

Deus ouviu tudo atentamente... Com doçura e paciência, decidiu explicar à estrela os porquês, porém, foi interrompido por uma voz, que vinha de longe... Era uma criança, que caminhava com sua mãe, em um dos planetas da região... A criança dizia à sua mãe:
-- Veja mamãe! O dia já vai nascer!
A mãe ficou meio confusa... Como podia, uma criança, que mal sabia as horas, saber que o sol já nasceria, mesmo estando tão escuro?
-- Como você sabe disso, meu filho?
-- Veja aquela estrela! Papai me disse que ela anuncia o novo dia. Ela sempre aparece pouco antes do sol, e aponta o lugar de onde o sol vai sair...

Ouvindo aquilo, a estrela pôs-se a chorar... Deus, calmamente lhe falou :
-- Podes ver? Sabes agora, o motivo de tua existência? Tudo o que criei, fiz por alguma razão de ser. És a estrela que anuncia o novo dia.. E com o novo dia, renovam-se as esperanças, os sonhos... E serves para orientar os homens, para onde caminhar. Ao te ver, sabem que não estão perdidos, pois sabem qual o seu destino.

A estrela ouviu tudo atentamente... Sentiu uma alegria celestial invadindo sua vida... A partir de então, ela brilhou cada vez mais, pois sabia que era importante e indispensável ao ciclo da vida.

Todos nós temos uma razão para estarmos aqui... Mesmo se não soubermos qual é exatamente esta razão, devemos viver a vida intensamente, semeando amor e espalhando alegrias... Só assim, a estrela que habita em nossos corações brilhará mais forte, iluminando a todos que estão à nossa volta. Fazendo isso, estaremos iluminando nossas próprias vidas.
 











A Estrelinha

 
Haviam milhões de estrelas no céu. Estrelas de todas as cores: brancas, prateadas, verdes, douradas, vermelhas e azuis. Um dia, elas procuraram Deus e lhe disseram:
- Senhor Deus, gostaríamos de viver na Terra entre os homens.
- Assim será feito, respondeu o Senhor. Conservarei todas vocês pequeninas como são vistas e podem descer para a Terra. 

Conta-se que, naquela noite, houve uma linda chuva de estrelas. Algumas se aninharam nas torres das igrejas, outras foram brincar de correr com os vaga-lumes nos campos; outras misturaram-se aos brinquedos das crianças e a Terra ficou maravilhosamente iluminada.
 
Porém, passando o tempo, as estrelas resolveram abandonar os homens e voltar para o céu, deixando a Terra escura e triste.
- Por que voltaram? Perguntou Deus, a medida que elas chegavam ao céu. 
- Senhor, não nos foi possível permanecer na Terra. 
Lá existe muita miséria e violência, muita maldade, muita injustiça... 

E o Senhor lhes disse: 
- Claro! O lugar de vocês é aqui no céu. A Terra é o lugar do transitório, daquilo que passa, daquele que cai, daquele que erra, daquele que morre, nada é perfeito. O céu é lugar da perfeição, do imutável, do eterno, onde nada perece. 
Depois que chegaram todas as estrelas e conferindo o seu numero, Deus falou de novo: 

- Mas está faltando uma estrela. Perdeu-se no caminho? 
Um anjo que estava perto retrucou:
- Não Senhor, uma estrela resolveu ficar entre os homens. Ela descobriu que seu lugar é exatamente onde existe a imperfeição, onde há limite, onde as coisas não vão bem, onde há luta e dor. 
- Mas que estrela é essa? - voltou Deus a perguntar. 
- É a Esperança, Senhor. A estrela verde. A única estrela dessa cor. 

E quando olharam para a Terra, a estrela não estava só. A Terra estava novamente iluminada porque havia uma estrela verde no coração de cada pessoa. Porque o único sentimento que o homem tem e Deus não tem é a Esperança. Deus já conhece o futuro, e a Esperança é própria da pessoa humana, própria daquele que erra, daquele que não é perfeito, daquele que não sabe como será o futuro.
 

RECEBA NESTE MOMENTO ESTA ESTRELINHA EM SEU CORAÇÃO A ESPERANÇA, A SUA ESTRELA VERDE. NÃO DEIXE QUE ELA FUJA, E NEM SE APAGUE. TENHA CERTEZA QUE ELA ILUMINARÁ O SEU CAMINHO.
Seja Feliz. 


A experiência e o gesto

 

Encontro Colin Wilson, hoje um autor inglês consagrado, no festival de Melbourne, Austrália. Conhecendo o tema de meu novo livro, ele me relembra um texto que escreveu, relatando sua tentativa de suicídio aos 16 anos:
"Entrei no laboratório de química da escola, e peguei o vidro de veneno. Coloquei num copo diante de mim, olhei bastante, reparei na cor, e imaginei o possível gosto que teria. Então aproximei o ácido de meu rosto, e senti seu cheiro; neste momento, minha mente deu um salto até o futuro - e eu podia senti-lo queimando a minha garganta, abrindo um buraco no meu estômago.
"Fiquei alguns momentos segurando o copo em minhas mãos, saboreando a possibilidade da morte, até pensar comigo mesmo: se sou valente para me matar de forma tão dolorosa, também sou valente para continuar vivendo".


A Fábula do camundongo

    Diz uma antiga fábula que um camundongo vivia angustiado com medo do gato.

Um mágico teve pena dele e o transformou em gato. Mas aí ele ficou com medo de cão, por isso o mágico o transformou em pantera.

Então ele começou a temer os caçadores. A essa altura o mágico desistiu. Transformou-o em camundongo novamente e disse:

- Nada que eu faça por você vai ajuda-lo, porque você tem apenas a coragem de um camundongo.

É preciso coragem para romper com o projeto que nos é imposto.

Coragem não é a ausência do medo, é sim a capacidade de avançar, apesar do medo; caminhar para frente; e enfrentar as adversidades, vencendo os medos...


A fazenda de sinhôzinho



 Havia uma fazenda onde os trabalhadores viviam tristes e isolados. Os trabalhadores estendiam suas roupas surradas no varal e alimentavam seus magros cães com o pouco que sobrava das refeições.

Todos que viviam ali trabalhavam na roça do Sinhôzinho, um homem rico e poderoso, que, dono de muitas terras exigia que todos trabalhassem duro pagando por isso muito pouco.
Um dia chegou ali um novo empregado. Era um jovem agricultor em busca de trabalho. Recebeu como todos uma velha casa onde iria morar enquanto trabalhasse ali.

O jovem vendo aquela casa suja e largada, resolveu dar-lhe vida nova. Pegou uma parte de suas economias, foi até a cidade comprou algumas latas de tinta. Chegando em casa, em suas horas vagas, cuidou da limpeza, lixou as paredes com cores alegres e brilhantes, colocou flores nos vasos. 
Aquela casa limpa e arrumada chamava a atenção de todos que passavam. O jovem sempre alegre trabalhava feliz na fazenda. Os outros trabalhadores lhe perguntavam:
Como você consegue trabalhar feliz e sempre cantando com o pouco dinheiro que ganhamos?

O jovem olhou para os amigos e disse:
- Bem, este trabalho, hoje, é tudo o que eu tenho. 
Ao invés de  blasfemar e reclamar prefiro agradecer por ele. 
Quando aceitei este trabalho sabia de suas limitações. 
Não é justo que agora que estou aqui, fique reclamando. Eu o aceitei e farei com capricho e amor aquilo que aceitei fazer. Os outros olharam admirados. Como ele pode pensar assim? 
Afinal, acreditavam ser vítimas das circunstâncias, abandonados pelo destino.

O entusiasmo do rapaz em pouco tempo chamou a atenção de Sinhôzinho que passou a observar a distância os passos dele. 
Um dia Sinhôzinho pensou:
Alguém que cuida com tanto cuidado e carinho da casa que emprestei, cuidará também com o mesmo capricho da minha fazenda. Ele é o único aqui que pensa como eu. Estou velho e preciso de alguém que me ajude na administração da fazenda.
 
Sinhôzinho, foi até a casa do rapaz, e, após tomar um café fresco, ofereceu ao jovem um emprego de administrador da fazenda...
O rapaz prontamente aceitou. Seus amigos agricultores novamente foram perguntar-lhe:
- O que faz com que algumas pessoas sejam bem sucedidas e outras não?

E ouviram com atenção a resposta:
"Não existe a realidade pronta, existe no homem, a capacidade de realizar!"


A FÉ



  O mestre encontrou-se com os discípulos certa noite, e pediu que acendessem uma fogueira para que pudessem conversar.
- O caminho espiritual é como o jogo que arde diante de nós - disse. - Um homem que deseja acendê-lo tem que se conformar com a fumaça desagradável, que torna a respiração difícil e arranca lágrimas do rosto. 

Assim é a reconquista da fé. Entretanto, uma vez o fogo aceso, a fumaça desaparece, e as chamas iluminam tudo ao redor, nos dando calor e calma.

- E se alguém acender o fogo para nós? - perguntou um dos discípulos.
- E se alguém nos ajudar a evitar a fumaça?

- Se alguém fizer isto, é um falso mestre. Que pode levar o fogo para onde tiver vontade, ou apagá-lo, na hora que quiser. E como não ensinou ninguém a acendê-lo, é capaz de deixar todo mundo na escuridão. 





A Felicidade



 
Certo mercador enviou seu filho para aprender o segredo da felicidade com o mais sábio de todos os homens. O rapaz andou durante quarenta dias pelo deserto, até chegar a um belo castelo, no alto de uma montanha. Lá vivia o sábio que o rapaz buscava. Ao invés de encontrar um homem santo, porém, o nosso herói entrou em uma sala e viu uma atividade imensa; mercadores entravam e saíam, pessoas conversavam pelos cantos, uma pequena orquestra tocava melodias suaves, e havia uma farta mesa com os mais deliciosos pratos daquela região do mundo.

O sábio conversava com todos e o rapaz teve que esperar duas horas até chegar sua vez de ser atendido. O sábio ouviu atentamente o motivo da visita do rapaz, mas disse-lhe que  naquele momento não tinha tempo de explicar-lhe o segredo da felicidade. Sugeriu que o rapaz desse um passeio por seu palácio e voltasse daqui a duas horas.

- Entretanto, quero lhe pedir um favor - completou o sábio, entregando-lhe ao rapaz uma colher de chá, onde pingou duas gotas de óleo - Enquanto você estiver caminhando, carregue esta colher sem deixar que o óleo seja derramado.

O rapaz começou a subir e descer as escadarias do palácio, mantendo sempre os olhos fixos na colher. Ao final de duas horas retornou à presença do sábio.

- Então - perguntou o sábio - você viu as tapeçarias do Pérsia que estão na minha sala de jantar? Viu o jardim que o Mestre dos Jardineiros demorou dez anos para criar? Reparou nos belos pergaminhos de minha biblioteca?

O rapaz, envergonhado, confessou que não havia visto nada. Sua única preocupação era não derramar as gotas de óleo que o
Sábio lhe havia confiado.

Já mais tranqüilo, o rapaz pegou a colher e voltou a passear pelo palácio, desta vez, reparando em todas as obras de arte que pendiam do teto e das paredes. Viu os jardins, as montanhas ao redor, a delicadeza das flores, o requinte com que cada obra de arte estava colocada em seu lugar. De volta à presença do sábio, relatou pormenorizadamente tudo que havia visto.

- Mas onde estão as duas gotas de óleo que lhe confiei? -perguntou o Sábio.
Olhando para a colher, o rapaz percebeu que as havia derramado. 
- Pois este é o único conselho que eu tenho para lhe dar disse o Sábio dos Sábios. 

O segredo da felicidade está em olhar todas as maravilhas do mundo, e nunca se esquecer das duas gotas de óleo na colher!


(Transcrito de "O ALQUIMISTA")




A Felicidade pode demorar



Ás vezes as pessoas que amamos nos magoam, e nada podemos fazer senão continuar nossa jornada com nosso coração machucado. Às vezes nos falta esperança. Às vezes o amor nos machuca profundamente, e vamos nos recuperando muito lentamente dessa ferida tão dolorosa. 

Às vezes perdemos nossa fé, então descobrimos que precisamos acreditar, tanto quanto precisamos respirar... é nossa razão de existir. Às vezes estamos sem rumo, mas alguém entra em nossa vida, e se torna o nosso destino. 

Às vezes estamos no meio de centenas de pessoas, e a solidão aperta nosso coração pela falta de uma única pessoa. Às vezes a dor nos faz chorar, nos faz sofrer, nos faz querer parar de viver, até que algo toque nosso coração, algo simples como a beleza de um por do sol, a magnitude de uma noite estrelada, a simplicidade de uma brisa batendo em nosso rosto, é a força da natureza nos chamando para a vida. 

Você descobre que as pessoas que pareciam ser sinceras e receberam sua confiança, te traíram sem qualquer piedade. Você entende que o que para você era amizade, para outros era apenas conveniência, oportunismo. 

Você descobre que algumas pessoas nunca disseram eu te amo, e por isso nunca fizeram amor, apenas transaram... descobre também que outras disseram eu te amo uma única vez e agora temem dizer novamente, e com razão, mas se o seu sentimento for sincero poderá ajudá-las a reconstruir um coração quebrado. 

Assim ao conhecer alguém, preste atenção no caminho que essa pessoa percorreu, são fatores importantes... Não deixe de acreditar no amor, mas certifique-se de estar entregando seu coração para alguém que dê valor aos mesmos sentimentos que você dá, manifeste suas idéias e planos, para saber se vocês combinam, e certifique-se de que quando estão juntos aquele abraço vale mais que qualquer palavra... 

Esteja aberto a algumas alterações, mas jamais abra mão de tudo, pois se essa pessoa te deixar, então nada irá lhe restar. Aproveite sua família que é uma grande felicidade, quando menos esperamos iniciam-se períodos difíceis em nossas vidas.

Tenha sempre em mente que às vezes tentar salvar um relacionamento, manter um grande amor, pode ter um preço muito alto se esse sentimento não for recíproco, pois em algum outro momento essa pessoa irá te deixar e seu sofrimento será ainda mais intenso, do que teria sido no passado. 

Pode ser difícil fazer algumas escolhas, mas muitas vezes isso é necessário, existe uma diferença muito grande entre conhecer o caminho e percorrê-lo. Não procure querer conhecer seu futuro antes da hora, nem exagere em seu sofrimento, esperar é dar uma chance à vida para que ela coloque a pessoa certa em seu caminho. 

A tristeza pode ser intensa, mas jamais será eterna. A felicidade pode demorar a chegar, mas o importante é que ela venha para ficar e não esteja apenas de passagem...
[Autoria:François de Bitencourt]



A fita métrica



Como se mede uma pessoa?
Os tamanhos variam conforme o grau de envolvimento. Ela é enorme pra você quando fala do que leu e viveu, quando trata você com carinho e respeito, quando olha nos olhos e sorri destravado.
É pequena pra você quando só pensa em si mesmo, quando se comporta de uma maneira pouco gentil, quando fracassa justamente no momento em que teria que demonstrar o que há de mais importante entre duas pessoas: a amizade.

Uma pessoa é gigante pra você quando se interessa pela sua vida, quando busca alternativas para o seu crescimento, quando sonha junto. 
É pequena quando desvia do assunto. Uma pessoa é grande quando perdoa, quando compreende, quando se coloca no lugar do outro, quando age não de acordo com o que esperam dela, mas de acordo com o que espera de si mesma.
Uma pessoa é pequena quando se deixa reger por comportamento! s clichês. 
Uma mesma pessoa pode aparentar grandeza ou miudeza dentro de um relacionamento, pode crescer ou decrescer num espaço de poucas semanas: será ela que mudou ou será que o amor é traiçoeiro nas suas medições?
Uma decepção pode diminuir o tamanho de um amor que parecia ser grande. Uma ausência pode aumentar o tamanho de um amor que parecia ser ínfimo.
É difícil conviver com esta elasticidade: as pessoas se agigantam e se encolhem aos nossos olhos. Nosso julgamento é feito não através de centímetros e metros, mas de ações e reações, de expectativas e frustrações. Uma pessoa é única ao estender a mão, e ao recolhê-la inesperadamente, se torna mais uma.
O egoísmo unifica os insignificantes. Não é a altura, nem o peso, nem os músculos que tornam uma pessoa grande. É a sua sensibilidade sem tamanho.
(Martha Medeiros)





As Três Peneiras de Sócrates



   Um homem foi ao encontro de  Sócrates levando ao filósofo uma informação que julgava de seu interesse:     - Quero contar-te uma coisa a respeito de um amigo teu! 
    - Espera - disse o sábio. Antes de contar-me, quero saber se fizeste  passar essa informação pelas três peneiras. 
    - Três peneiras? Que queres dizer? 
    - Devemos sempre usar as três peneiras. Se não as conheces, presta bem  atenção. A primeira é a peneira da VERDADE. Tens certeza de que isso que queres  dizer-me é verdade? 
    - Bem, foi o que ouvi outros contarem. Não sei exatamente se é verdade. 
    - A segunda peneira é a da BONDADE. Com certeza, deves ter passado a  informação pela peneira da bondade. Ou não? Envergonhado, o homem respondeu: 
    - Devo confessar que não. 
    - A terceira peneira é a da UTILIDADE. Pensaste bem se é útil o que  vieste falar a respeito do meu amigo? 
    - Útil? Na verdade, não. - Então, disse-lhe o sábio,  se o que queres contar-me não é verdadeiro, nem bom, nem útil, então é melhor  que o guardes apenas para ti



AS ARMADILHAS DO EGO



  “Muitas vezes as pessoas são egocêntricas, ilógicas e  insensatas. 
  Perdoe-as assim mesmo.
  Se você é gentil as pessoas podem acusá-lo de  egoísta, interesseiro.
  Seja gentil assim mesmo.
  Se você é um vencedor, terá alguns falsos amigos e  alguns inimigos verdadeiros.
  Vença assim mesmo.
  Se você é honesto e franco, as pessoas podem  enganá-lo.
  Seja honesto assim mesmo.
  O que você levou anos para construir, alguém pode  destruir de uma hora para outra.
  Construa assim mesmo.
  Se você tem paz, é feliz, as pessoas podem sentir  inveja.
  Seja feliz assim mesmo.
  Dê ao mundo o melhor de você, mas isso pode nunca ser  o bastante.
  Dê o melhor de você assim mesmo.
  Veja você que no final das contas tudo é entre você e  Deus.
  Nunca foi entre você e as outras pessoas.”
Madre Teresa de Calcutá