sábado, 3 de dezembro de 2011

Pais estressados



   "Era uma vez uma fila de supermercado, uma bela fila, com umas 10 pessoas com os carrinhos lotados.
E a gente ali, olhando a mocinha a tirar latinha por latinha, rolo por rolo de papel higiênico. Aquela coisa que não tem fim mesmo. 
E naquela fila tinha um garoto de uns 10 anos, que existe só uma palavra pra definir a figurinha: monstrinho. 
Ele não parava. Mexia em tudo. 
E a mãe, ao lado, impassível... 
Chegou uma hora que o garoto começou a mexer nas compras dos outros: tirar leite condensado de um carrinho e colocar no outro, gritava, dava piruetas... 
Era o reizinho! 
E a mãe... não era com ela. 
Na fila ao lado, tinha um casal de velhinhos. Mas velhinhos mesmo. Eles estavam de mãos dadas. 
A velhinha, não agüentando mais a situação, resolveu tomar as dores de todos e foi falar com a mãe. 
E a mãe respondeu, em alto e bom tom: 
- Educo meu filho assim, minha senhora, com liberdade, sem repressão. Meu filho é livre e é feliz. É assim que se deve educar as crianças hoje em dia. 
A velhinha ainda quis dizer alguma coisa, mas se sentiu antiga, ultrapassada. 
Voltou para a fila, ao lado do marido. Só que marido não estava ali.
Não demorou muito, voltou o marido com um garrafão de água de 5 litros. 
Ele, calmamente, se aproximou da mãe, abriu o garrafão e entornou tudinho na cabeça da mulher. 
O velhinho colocou o vasilhame no seu carrinho e, enquanto a mulher esbravejava e o moleque morria de rir, disse bem alto: 
- Também fui educado com liberdade! 
E foi ovacionado!" 

(história contada na coluna do escritor Mário Prata num jornal paulista) 
                                                                                                               



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